Parece que foi ontem...
"Parece que foi ontem a última vez que percorremos as ruas do Porto e de Portugal"... mas não foi.
Neste últimos dias dedicamos o nosso tempo principalmente a estar com a família e a percorrer alguns dos locais que fazem de nós um pouco do que somos.
Já passaram mais de dois anos desde a última visita que fizemos a Portugal e tudo nos parece tão familiar como se tivéssemos estado aqui ontem. É uma sensação inexplicável e por vezes custa acreditar que passou tanto tempo. Nunca sabemos o que esperar e há um misto de sentimentos, desde o momento em que os cães nos reconhecessem mal o carro começa a estacionar e saltam como se ainda na semana passado os tivéssemos levado a passear nas margens do rio Minho até o caminhar pela Ponte D. Luís e ver os miúdos da Ribeira, que já não são os mesmo, saltarem para o rio Douro.
Mas na realidade tudo mudou, até nós mudamos.
Neste dois anos amigos casaram-se, amigos divorciaram-se, amigos casaram-se e divorciaram. Outros começaram novas relações enquanto anteriores acabaram. Amigos tiveram bebés, uns pela primeira vez outros pela segunda e até gémeos nasceram. Bons amigos deixaram-nos para sempre e outros simplesmente deixaram o país ficando mais complicado nos encontrarmos nestas raras visitas.
Olhamos para a cidade e para a nossa vida anterior aqui com um olhar diferente. Quando se está tanto tempo fora de um local que amamos há toda uma visão romântica do que esperamos ver. Lembramos-nos de tudo que era bom e que nos fazia amar esse local e esquecemos-nos de tudo que não era tão bom. O que não era tão bom esquecemos e acreditamos que era como em todos os lugares que tivemos durante o tempo de ausência e sente-se um pouco de desilusão nesse momento.
Todos os locais tem coisas boas e todos tem coisas menos e o facto de conhecer meio mundo faz-nos ser capaz de ver o melhor e pior em cada sítio:
- Gosto da autenticidade das pessoas do norte de Portugal, principalmente do Porto, e da simpatia das pessoas da Nova Zelândia, sempre com um sorriso para um estranho.
- Não gosto da construção das casas da Nova Zelândia mas gosto ainda menos de ver tantas casas abandonadas no Porto.
Coisas que no passado não me incomodavam tanto, pois não conhecia tão de perto outras realidades, agora incomodam-me muito mais, como por exemplo os Portugueses a conduzir na estrada, principalmente no que toca ao "chico espertismo" ou ver as ruas sujas. Apesar de também já ter conhecido outras realidades piores noutros países habituei-me a viver sem elas e agora custa muito mais sentir isso.
Gostava de poder escolher o melhor destes meus dois mundos mas não posso e por isso escolhemos aquele que para já mais nos consegue oferecer um futuro.
Enquanto visitava Singapura perguntaram-me várias vezes de onde era e tive dificuldade em responder à pergunta. A resposta com que melhor me identifiquei foi: "Sou originalmente de Portugal mas agora da Nova Zelândia". Vivo um misto diversas culturas dentro de mim por isso não podia dizer que sou de Portugal quando, nesse altura, não tinha sequer visitado o país nos últimos dois anos, mas por outro lado não sou da Nova Zelândia, dos Países Baixos ou de outro local porque não é isso que sou por dentro.
Cada vez sinto que sou menos "daqui" ou "dali". Sou de todos os locais por onde já vive e dos locais das pessoas com quem interagimos. Cada vez mais sinto que somos do mundo... mas nunca esquecerei que nasci e cresci no Porto e vou carregar isso com prazer para onde quer que o destino me leve a seguir...
Neste últimos dias dedicamos o nosso tempo principalmente a estar com a família e a percorrer alguns dos locais que fazem de nós um pouco do que somos.
Já passaram mais de dois anos desde a última visita que fizemos a Portugal e tudo nos parece tão familiar como se tivéssemos estado aqui ontem. É uma sensação inexplicável e por vezes custa acreditar que passou tanto tempo. Nunca sabemos o que esperar e há um misto de sentimentos, desde o momento em que os cães nos reconhecessem mal o carro começa a estacionar e saltam como se ainda na semana passado os tivéssemos levado a passear nas margens do rio Minho até o caminhar pela Ponte D. Luís e ver os miúdos da Ribeira, que já não são os mesmo, saltarem para o rio Douro.
Mas na realidade tudo mudou, até nós mudamos.
Neste dois anos amigos casaram-se, amigos divorciaram-se, amigos casaram-se e divorciaram. Outros começaram novas relações enquanto anteriores acabaram. Amigos tiveram bebés, uns pela primeira vez outros pela segunda e até gémeos nasceram. Bons amigos deixaram-nos para sempre e outros simplesmente deixaram o país ficando mais complicado nos encontrarmos nestas raras visitas.
Olhamos para a cidade e para a nossa vida anterior aqui com um olhar diferente. Quando se está tanto tempo fora de um local que amamos há toda uma visão romântica do que esperamos ver. Lembramos-nos de tudo que era bom e que nos fazia amar esse local e esquecemos-nos de tudo que não era tão bom. O que não era tão bom esquecemos e acreditamos que era como em todos os lugares que tivemos durante o tempo de ausência e sente-se um pouco de desilusão nesse momento.
Todos os locais tem coisas boas e todos tem coisas menos e o facto de conhecer meio mundo faz-nos ser capaz de ver o melhor e pior em cada sítio:
- Gosto da autenticidade das pessoas do norte de Portugal, principalmente do Porto, e da simpatia das pessoas da Nova Zelândia, sempre com um sorriso para um estranho.
- Não gosto da construção das casas da Nova Zelândia mas gosto ainda menos de ver tantas casas abandonadas no Porto.
Coisas que no passado não me incomodavam tanto, pois não conhecia tão de perto outras realidades, agora incomodam-me muito mais, como por exemplo os Portugueses a conduzir na estrada, principalmente no que toca ao "chico espertismo" ou ver as ruas sujas. Apesar de também já ter conhecido outras realidades piores noutros países habituei-me a viver sem elas e agora custa muito mais sentir isso.
Gostava de poder escolher o melhor destes meus dois mundos mas não posso e por isso escolhemos aquele que para já mais nos consegue oferecer um futuro.
Enquanto visitava Singapura perguntaram-me várias vezes de onde era e tive dificuldade em responder à pergunta. A resposta com que melhor me identifiquei foi: "Sou originalmente de Portugal mas agora da Nova Zelândia". Vivo um misto diversas culturas dentro de mim por isso não podia dizer que sou de Portugal quando, nesse altura, não tinha sequer visitado o país nos últimos dois anos, mas por outro lado não sou da Nova Zelândia, dos Países Baixos ou de outro local porque não é isso que sou por dentro.
Cada vez sinto que sou menos "daqui" ou "dali". Sou de todos os locais por onde já vive e dos locais das pessoas com quem interagimos. Cada vez mais sinto que somos do mundo... mas nunca esquecerei que nasci e cresci no Porto e vou carregar isso com prazer para onde quer que o destino me leve a seguir...
Estavas inspirado Rui.
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