Um adeus triste e os amigos...

Na semana passada escrevi aqui no blog acerca da doença do meu amigo Steven e de como todos podiam ajudar. Esta semana despedimos-nos dele. O Steven deixou-nos Sábado de manhã.
Na mensagem que recebi da esposa dele para me transmitir a notícia fica-me na memória a parte de ela dizer que pelo menos deixou de sofrer.

Partilhei a história de forma a todos poderem ajudar um pouco a família dele no seu futuro. Gostaria de agradecer todos aqueles que ajudaram ou possam ainda vir a ajudar (ainda vão a tempo e por pouco que seja tem sempre valor. A ligação para o site para onde podem enviar doações fica novamente aqui). O valor que tínhamos como objectivo foi atingido mas isso não quer dizer que seja suficiente. Vi que houve doações de Portugal e fico feliz por poder ter contribuído mais um pouco para isso. Agradeço todas as mensagens de apoio. Muitas dirigidas também a mim embora acredite que a força toda deva estar com a família dele, assim como a coragem. Sou apenas um de muitos que perdeu pela partida dele e a família perdeu muito mais. Vou mesmo sentir falta do Steven...

Para nós, os outros amigos, a vida tem que continuar e por isso, tal como prometido, vou retomar o percurso normal deste blog e aproveito para falar dos amigos que agora estão distantes.

Uma hora e meia depois de receber esta má notícia, enquanto estava em casa, recebi uma daquelas encomendas que nos fazem ter luz no meio da escuridão.

Completamente sem estar a contar, até porque normalmente a família nos manda as encomendas para a empresa, o correio bateu à porta (e foi-se embora sem esperar que alguém abra a porta, como de costume aqui) e deixou uma encomenda na porta.

Pegando na caixa e olhando para a parte de fora, já dava para fazer um sorriso, tinha explicações detalhadas sobre a entrega: ENTREGAR NOS ANTÍPODAS DE PORTUGAL (com desenho do mapa e coordenadas geográficas), vários avisos de quão frágil a encomenda seria e um pouco de história e de tradições de Portugal para carteiro ver.



E lá dentro as boas surpresas continuaram:
Claro que pessoa mais importante da nossa casa agora é a Sofia e por isso a maior prenda era para ela. Uma ovelha fantástica personalizada com o nome dela e que ela pegou logo para brincar. Feita, acredito eu pelo que que me dá a entender, por uma amiga nossa que tem várias destas preciosidades no site Trocas e Retrocas. Fica a foto do momento que a Sofia apanhou a ovelha a jeito.


O segundo passageiro a viajar neste encomenda é o famoso Galo de Barcelos.
Mas visto que a entrada legal na Nova Zelândia é bastante complicada veio acompanhado de toda a documentação necessária: Passaporte (incluindo todos os vistos necessários) e Boletim de vacinas (actualizado e já vacinado contra a gripe das aves).



Um nível de detalhe tal (o passaporte tem todas as páginas normais e com vários carimbos de todo o mundo) que só não sei como é que o Galo conseguiu entrar aqui no país cinco dias antes da data de entrada escrita no visto da Nova Zelândia (dá para aumentar as imagens... recomendo).

A acompanhar tudo isto um postal com uma foto do galo ainda na sua terra (rodeado de amigos nossos), escrito (inclusive escrito em Mirandês) por muitos do grupo de amigos que todos os anos se encontravam em Cossourado .
Isto acontecia (ainda acontece só que nós não estamos, mas recebemos os convites na mesma) quer para passar um bom fim de semana quer para ir às Feiras Novas (mas que na realidade há já muitos anos não se ia lá e ficávamos a festejar mesmo por casa) num reencontro de amigos muitos deles antigos Orfeonistas.
Já num passado distante, quando ainda vivíamos em Portugal, escrevi aqui sobre estes "ajuntamentos". Fica um pouco da saudade e abraços/beijos grandes a estes amigos (um abraço especial ao dinamizador desta encomenda) que me fizeram relembrar ainda mais o porquê da importância dos amigos que ainda temos connosco.

Foi uma surpresa fantástica que todos adoramos (a Sofia também porque tem um novo brinquedo para levar à boca). É maravilhoso porque já não é a primeira surpresa que temos de diferentes pessoas em Portugal.

E a vida continua... porque tem de continuar. Sempre com sorrisos, mesmo quando estes são mais complicados de se desenharem nos rostos.

Comentários

  1. Lamento a notícia acerca do Steven. A vida é mesmo muito injusta.
    Adorei a originalidade do pacote da encomenda e a documentação do Galo.
    São estas pequenas mas grandes coisas que nos confortam o coração quando estamos longe e mais frágeis.

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