Vontades...

A vontade de escrever é muita. Há muito que falar, há muito que desabafar, mas há momentos em que temos de guardar coisas para nós, ou pelo menos para os que estão próximos de nós pois há um tempo para tudo e tudo tem um tempo.

Independentemente disso, aproveitei aqui eu o meu tempo, e esta semana estive a ler um artigo do P3 que foi daqueles que fez bater ansiosamente o coração. Foi a ansiedade de quem sabe o que se passa no outro lado. A frase "...e já vivi a solidão de chegar a sítios onde ninguém me espera..." é daqueles que tenta descrever um sentimento indescritível. 

Quem me conhecia no momento da minha primeira partida para a Holanda ou acompanhou os momentos em que a solidão bateu e viu como a tentei enganar provavelmente entende melhor. Ou entendem os meus diversos familiares, amigos e conhecidos que agora tantas vezes fazem (ou já fizeram) estas viagens para países como Angola, Brasil, Moçambique ou até para destinos mais perto como Espanha ou Reino Unido.

Há coisas boas em ir para fora, mas muitas vezes os que cá ficam esquecem-se que há o reverso da moeda em tudo que se faz e atiram: "lá fora é que é, se eu pudesse também ia". A verdade é que a maior parte o pode fazer (diria 99% das pessoas) mas muitos escolhem não o fazer pelas mais diversas razões, são opções (e não há desculpas a dizer). Cada um tem é que estar consciente das escolhas que faz e ser feliz com essas mesmas escolhas. Tenho amigos a fazerem-no com crianças bebés ao colo, crianças da primária, sozinhas, filhos únicos, de tudo um pouco... e de novo, são opções.

Disto só gostava de acrescentar uma frase que Sónia Balacó escreveu na sua crónica: "A saudade, que só se tem em ausência, é ainda assim um saco que nunca se esvazia, mesmo quando estamos juntos todos os dias, porque são dias contados". É a mais pura das verdades. É uma saudade diferente a que se tem em ausência e nunca realmente se esvazia.


Acima de tudo, estamos todos no mesmo barco e somos todos pessoas...

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