Marcar férias "neste" lado do mundo...

Viajar, conhecer o mundo ou conhecer o que está mesmo ao nosso lado, faz parte de quem somos.

E para nós viajar sempre teve de ter um espírito de aventura e improviso à mistura. A nossa primeira saída como casal foi uma viagem de cerca de um mês, pela Europa, a fazer Interrail onde íamos marcando as dormidas à medida que chegávamos aos locais. Visitamos seis países e passamos por dez.

De forma geral evitámos sempre as férias cliché e os locais de turismo em massa. Em vez disso optamos por conhecer os locais de uma forma mais diferente/genuína: fizemos praia nas zonas mais remotas da Sardenha (Itália), andámos de comboio de terceiríssima classe na Tailândia para chegar a Ayutthaya, ficamos em riads em Marrakech (Marrocos), fomos dar de comer aos cervos de Nara e comprar peixe ao mercado de Tóquio (Japão). Até fomos conhecer o Ontário (Canadá) remoto fazendo compras num mercado Amish onde devíamos ser os únicos estrangeiros a passar ali em n tempo.
Fomos sempre felizardos nas nossas aventuras e o facto de ter amigos um pouco por todo lado também ajudou a escolher melhor os destinos. Seria impossível fazer um churrasco no topo de um prédio em Nova York (EUA) se assim não fosse, ou conhecer as melhores tascas de Roma (Itália) para um excelente almoço.

Até nos mudarmos para este lado sempre planeamos as nossas férias com aquilo que consideramos alguma antecedência (um ou dois meses) mas muitas vezes na véspera é que planeamos o dia seguinte. Tinha de ser visto sermos nós a organizar tudo. Por um lado dá trabalho por outro dá-nos imensa liberdade.

Desde a mudança para cá, e sempre que planeamos conhecer melhor a Nova Zelândia, Austrália e ilhas do Pacífico... TUDO MUDOU. Aqui planeia-se tudo com a "verdadeira" antecedência.

Quando em 2013 começamos a planear a viagem de final de ano na Austrália resolvemos fazer as coisas com "muita antecedência" (ou assim pensamos nós) visto que íamos fazer passar o dia passagem de ano em Sydney. Quando começamos a tratar das férias em Junho, já estava quase tudo esgotado, e a cada dia que passava as coisas restantes ficavam mais caras.
Assim aprendemos a primeira lição de algo que agora sabemos da cultura de cá. As férias marcam-se com um ano de antecedência, ou mais tardar oito meses de antecedência, senão só se vai ter mesmo os restos que ou são fracos ou são caros. Isto é especialmente crítico no Verão de cá (Dezembro / Janeiro) ou no Inverno (Julho / Agosto) porque toda a gente quer ir para destinos mais quentes.

Mesmo para reservar um ferry para passar da Ilha Sul para a Ilha Norte (e vice-versa) durante as épocas altas tem de ser feito com muito antecedência.

Na realidade, hoje em dia, às vezes temos cuidado em fazer tudo a tempo: reservar o vôo para sair da ilha (quando necessário) e reservar dormidas (alugámos uma casa para parte da viagem com os nossos pais com 7 meses de antecedência). Mas às vezes, como bons Portugueses, deixámos para a última e é aí que as complicações surgem. Desta vez o atraso foi porque o destino era o Parque Nacional de Kahurangi, que não é tão longe de nossa casa quanto isso e por isso fomos deixando andar. Resultado: Foi terrível arranjar dormida (felizmente o facto de conhecer bem a ilha ajudou) apesar da viagem ser de carro e serem só 5 dias.

Por essa razão resolvemos começar a tratar das férias para Agosto de 2016 (que têm o destino já mais ou menos traçado e devem ser passadas nas ilhas do Pacífico). O incrível é que no Tonga (um dos destinos mais prováveis para a nossa viagem) já conseguimos ter vários locais esgotados nos sítios que queremos (que são nas ilhas mais remotas) mesmo com 11 meses de antecedência. Outros destinos que poderemos fazer na mesma viagem incluem Fiji, Cook Islands e Tahiti (estamos longe de tudo mas pelo menos temos estes vizinhos simpáticos).

Assim fica a minha sugestão a quem marca férias deste lado do mundo:
Pensem com antecedência onde querem ir e considerem que viagens de avião, passagens de ferry, aluguer de carros ou caravanas e sobretudo dormidas tem de ser mercadas com muita antecedência.
O que normalmente resulta noutros locais do mundo por aqui não resulta tão facilmente. Nota: as caravanas costumam dar uma liberdade especial sem ter de se preocupar com dormidas, mas é preciso também as reservar a tempo.

De resto é possível viajar com bebés e crianças e aproveitar (a nossa experiência assim o diz).

Ficam aqui umas fotos do que se pode visitar por estes lados. São alguns dos locais que tivemos de planear com um bocado de tempo embora também eles tivessem muito de improviso. Note-se que andamos sempre com mantimentos no carro para uns dias, mesmo quando não planeamos dormir em campismo, inclusive noutros países (excepção feita para uma das viagens no meio do nada da Austrália que chegamos à noite sem comida, sem jantar e sem ter onde comprar... encontramos algo às 20h50, mesmo antes da última loja da cidade fechar às 21h00).

Vale a pena visitar o Pacífico Sul... isto são alguns dos nossos momentos...


Paradise, Queenstown, New Zealand
Wellington, New Zealand
Auckland, New Zealand
Somewhere in the middle of New South Wales, Australia
Somewhere in the middle of Victoria, Australia
Lakes Entrance, Australia
Melbourne, Australia
Melbourne, Australia
Great Ocean Road, Australia
Great Ocean Road, Australia
Koalas in somewhere along the road, Australia
Twelve Apostles, Australia 
Opera, Sydney, Australia
Opera (again), Sydney, Australia
Pacific Ocean, New Zealand
Catlins, New Zealand
Catlins, New Zealand
Catlins, New Zealand
Fiordland, New Zealand
Milford Sound, New Zealand
Fiordland, New Zealand
Mount Cook, New Zealand

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