Depois de estar lá fora é tudo fácil?

Por vezes ouvimos frases interessantes...

Já ouvi várias vezes, directamente de Portugal, frases do género: "Ahh, aí fora é muito mais fácil... eu queria era isso assim mas eu não posso porque...".

Sobre estes argumento conseguia falar de mil e uma coisas mas, desta vez, vou-me focar na parte de "ser fácil".
Mesmo cá fora o processo de mudança é constante.
Por exemplo: Amanhã devemos dar mais um passo na nossa estadia da Nova Zelândia: o envio dos documentos todos para o Visto de Residência na Nova Zelândia.

Em situações excepcionais (leia-se, para quem tem estudos superiores, uma boa oferta de trabalho e um oficial da imigração bem disposto) o Visto PODE ser dado de forma vitalícia imediatamente (senão há um período de espera de dois anos de residência temporária em que as saídas do país são limitadas, mas também não é mau de todo), por isso resolvemos dar tudo por tudo para tentar a nossa sorte processo de visto de residente.

O processo inicial é com um sistema de pontos. Só podemos entrar na "pool" se tivermos um mínimo de 100 pontos (estudos, anos de experiência, tipo de profissão, nível de Inglês, tudo dá pontos). Dessa "pool" são escolhidos alguns processos para serem revistos. Se tiverem mais de 140 pontos passa-se esse primeiro passo automaticamente e são considerados todos os que tem mais de 140 pontos (que depois é preciso provar todos os pontos). Nós fizemos a candidatura com 260 pontos, o que é muito bom, mas faz com que se tenha muito mais coisas a provar.

Foram MESES a juntar os papeis todos necessários (muitos vindo de Portugal com procurações), preencher formulários e pedir equivalência na Nova Zelândia de coisas que tínhamos em Portugal, por isso fica registado que o processo de mudança NÃO é fácil de todo (outra opção seria pagar mais de 4000$ e ter alguém a "ajudar" e mesmo assim era preciso grande parte do trabalho a juntar documentos).

Hoje finalmente conseguimos ter todos e o resultado deste processo "fácil" é esta capa cheia de informação sobre nós e já com alguma da Sofia:


Agora é só mais seis meses de espera pela frente, perto de 2000$ (fora todo o dinheiro que o processo já custou até ao momento) e alguma sorte para não termos feito nada errado no meio disto tudo para termos outro passo dado.

O ponto mais divertido do processo foi um inquérito que um médico teve de nos fazer sobre a Sofia (ela com 20 dias) para este processo em que ele nos tinha de fazer certas perguntas (porque são obrigatórias). Ele perguntava e ria-se porque tinha noção do ridículo:
"E ela fuma ou alguma vez fumou?"
"É viciada em drogas ou já foi dependente em algum ponto?"
"Já teve alguma depressão?" (pelos berros e choro que ela dá quando quer mamar e demoramos mais uns segundos, eu por acaso até diria que sim, mas resolvi dizer que não)

Isto para além de ela ter (segundo os documentos) de ser acompanhada por um tradutor caso ela não falasse Inglês (que por acaso era o caso dela, ainda não diz uma palavra em Inglês).

Cada pessoa tem os seus desafios, aqui ou em Portugal. Estes são alguns dos nossos...

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