... mas que eu morra em Portugal.

Hoje tive a oportunidade de rever "A Gaiola Dourada".
Foi num dos cinema de filmes alternativos da cidade (que boa descoberta foi): Um cinema com umas quatro salas pequenas (6 filas de 8 lugares cada) e com um aspecto muito interessante (o verdadeiro feeling de cinema "indie").

Queríamos ver este filme no grande ecrã e ainda mostrar um pouco de Portugal a uns amigos de cá, naquilo que acho uma descrição bastante interessante da nossa cultura.

Se a minha opinião do filme já estava positiva há muito, admito que ver este filme num cinema no país onde se vive, quando se está tão longe de Portugal custa um pouco. É muito da nossa cultura ali representada e todo o sentimento de viver longe de tudo aquilo e que isso nos faz sentir.

No momento, perto do final do filme, em que o fado "Prece" da Amália é cantado na voz de Catarina Wallestein admito que a mim, que há mais de dez ano que gosto de fado, mexeu lá dentro e custou.

Não somos o mesmo tipo de emigrantes, é verdade,  e não temos o super plano de regresso para uma quinta do Douro um dia, mas nunca vamos deixar de ter as nossas raízes em Portugal... e acima de tudo de sermos Portugueses...

Talvez que eu morra na praia
Cercada em pérfido banho
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho.

Talvez que eu morra na rua
E dê por mim de repente
Em noite fria e sem luar
E mando as pedras da rua
Pisadas por toda a gente.

Talvez que eu morra entre grades
No meio de uma prisão
Porque o mundo além das grades
Venha esquecer as saudades
Que roem meu coração.

Talvez que eu morra no leito
Onde a morte é natural
As mãos em cruz sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal.

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